imagem de mãe com filho a gatinhar

A exigência de ser mulher

mulher a trabalhar em casa com um bebé

A maioria de nós, mulheres e mães, levantamo-nos de manhã muito cedo. Às vezes, tenho a sensação que quase nos conseguimos levantar antes mesmo do galo cantar. Aí começa a correria, despacharmo-nos, fazer lancheiras, acordar os miúdos, malas da escola, pequenos-almoços… Saímos de casa a correr, para os deixar no colégio ou ATL, corremos para os transportes para ir para o trabalho. Finalmente no trabalho… mas desengane-se, a correria não pára por aqui. A maioria dos nossos trabalhos são muito corridos, com muito  volume de trabalho, chegando rapidamente uma jornada ao fim. Isso quando não se faz horas extraordinárias e saímos atrasadíssimas para ir buscar os miúdos. Começa a terceira correria do dia. Ir buscá-los, regressar a casa, comprar algo que falte para o jantar, fazer jantar, dar o jantar aos miúdos e despachá-los para a cama.  Quantas de nós, em vez de tirar um pouco da noite para nós, ainda vamos aproveitar para pôr roupa a lavar, estender, arrumar alguma coisa da casa?

Por fim, caímos na cama, já tarde e esgotadas e nem cinco minutos tivemos para nós. Com sorte, vemos, ou melhor, ouvimos alguma coisa da televisão porque temos a bendita na cozinha, colocada propositadamente para que tenhamos a ilusão que vemos televisão.  

Não têm a sensação de que quando nos deitamos estamos exaustas, cansadas e não sabemos onde iremos buscar forças para o dia seguinte? Como iremos arranjar força para mais um dia da nossa rotina acelerada?

E quantas de nós não se sentem sozinhas, com saudades das amigas e da família, pois a juntar à rotina diária tão preenchida agora, com a pandemia, convivemos ainda menos com as pessoas que nos são próximas e que queremos bem. 

O segredo para me dar estabilidade, força para esta caminhada e para as exigências de ser mulher e mãe trabalhadora é a minha fé.  Acredito e vejo momentos no meu dia a dia em que Deus me dá alento, pega-me ao colo, conforta-me e ajuda-me. Arranjei tempo na minha agenda preenchida para Deus e sinto-me muito mais forte e leve. Não, Ele não mudou a minha vida, nem me reduziu a correria, mas deu-me forças para a olhar com optimismo, para desempenhar todas as tarefas do meu dia a dia com amor e agradecer a Deus pela vida que tenho. Agradecer pela família, pelos filhos, pelo meu trabalho. Quão abençoadas somos, pela vida que construímos. Sim, é difícil e até deveriam decretar o alargamento do dia de 24 para 48 horas, mas busquemos força na nossa fé. Peço a Maria, nossa Mãe, que nos dê força e alento para, como Ela, sermos mães dedicadas, com muito amor e dedicação à nossa família. Com o Pai do Céu e Maria ao nosso lado teremos forças para encarar todos os desafios diários.

Por decisão pessoal, a autora do texto não escreve segundo o novo Acordo Ortográfico.

2 comentários

  1. Tão real, parece a minha mãe a falar, a diferença que ela ainda não descubriu essa entrega a Deus. Como gostaria que ela tivesse tempo para Deus, que ele fizesse parte da vida dela. Admiro a sua fé, que Deus guia e te proteja sempre.

    • Todas nós no meio dos nossos problemas e desafios do nosso dia-a-dia, perdemos o foco, nos concentramos no que nos desanima, e ficamos sem norte, afundadas, sem falta de força. Temos de um dia, nos proporcionar no momento certo, esse click que nos vai mostrar o caminho que nos dá força, que nos mostra a luz. A Fé vem também das nossas caídas e desafios. Com ele tudo é mais fácil.
      Obrigada pelo seu comentário.
      Rezarei por ela. 😉

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