A existência dos anjos e como atuam na nossa vida

Imagem de Enrique Meseguer por Pixabay

Em momentos da vida tão difíceis como os que se vivem atualmente, podemos procurar a ajuda destes seres celestiais, os anjos, que Deus criou e que intercedem por nós junto Dele.

A existência dos anjos é verdade de fé (CIC 328) tal como podemos comprovar através da sagrada escritura e do catecismo da igreja católica. 
Muito do que se sabe sobre os anjos tem origem também através de aparições e visões particulares, nomeadamente a Papas e santos da igreja católica. 
São Tomás de Aquino é uma grande referência no que respeita à existência e funções destes seres celestiais, sendo denominado de Doutor Angélico após a sua canonização. 
A definição dogmática da existência angélica foi atribuída no IV Concílio de Latrão realizado no ano 1215. 
Alguns Papas, como o Papa Pio XII, na sua Encíclica “Humani Generis” (1959), reafirmou que eles são “criaturas pessoais”, dotadas de inteligência sagaz e vontade livre (DS 3891 [2317]). Outros santos como Santo Agostinho e S. Padre Pio de Pietrelcina, tinham uma relação muito próxima com os anjos. S. Padre Pio, comunicava de forma muito frequente com os anjos da guarda de outras pessoas e ensinou-nos que devemos ter uma relação de proximidade com o nosso anjo protetor.

Mas afinal quem foi criado primeiro? O ovo ou a galinha? Neste caso particular, quem foram os primeiros? Os anjos ou os seres humanos?

Bem, esta resposta é um pouco complicada, porque não há nada de concreto onde se verifique que os primeiros foram os anjos, se bem que S.Tomás de Aquino refere que os primeiros  foram os anjos e antes da criação da terra. Em Gn 2, 1 “ Foram assim terminados os céus e a terra e todo o seu conjunto”.
Os anjos são únicos. Possuem características pessoais, são seres puramente espirituais, invisíveis, mas que podem, mediante a permissão de Deus, tomar a forma que Deus assim lhes conceda para determinada missão. São também imortais e assexuados.
Os anjos distribuem-se por hierarquias e respectivas funções. Estão hierarquicamente localizados entre Deus e os seres humanos. Dividem-se em três grandes hierarquias e dentro das mesmas estão distribuídos por coros angélicos:

  • A hierarquia superior são os serafins, os querubins e os tronos e a sua tarefa é adorar a Deus;
  • A hierarquia central são as dominações, as virtudes e as potestades. Como São Tomás de Aquino diria, a sua tarefa é supervisionar e organizar o universo, incluindo mesmo a mudança das estações do ano e as grandes coisas que são feitas pelos anjos;
  • A terceira hierarquia corresponde aos principados, os arcanjos e os anjos.

Cada ser humano tem um anjo da guarda exclusivamente para si. Significa que existem, pelo menos, tantos anjos quanto seres humanos, mesmo os que já viveram e não estão entre nós. O número de anjos é uma manifestação do amor do Pai por cada um de nós –“ Na visão, ouvi a voz de uma multidão angélica, à volta do trono, dos seres viventes e dos anciãos; o seu número era de miríades de miríades, milhares de milhares (…)” – Apocalipse 5: 11.

Os anjos ajudam-nos no combate às tentações, tendo como função encaminhar-nos pelo caminho que nos leva à salvação. Saibamos escutá-los com o nosso coração, pois apesar da sua orientação, somos sempre nós que escolhemos o caminho a seguir, porque Deus criou-nos livres nas nossas vontades e decisões. 
Sendo também o anjo um mensageiro, podemos pedir ao nosso anjo da guarda que envie uma mensagem ao anjo da guarda de outra pessoa com o intuito de o ajudar a tomar a decisão certa – quão importante isto é para aqueles que, por exemplo, são pais!

Visto que se aproxima o dia da comemoração de S. Miguel Arcanjo (29 de setembro), gostaria de vos deixar um bocadinho da história deste arcanjo, que apesar de pertencer a uma hierarquia angélica inferior, foi e continua a ser um poderoso anjo no combate contra o mal.
Pelo livro do Apócalipse 12, 7-12 podemos ver que foi Miguel Arcanjo que se levantou contra o anjo rebelde e o lançou à terra.
Miguel não era o mais forte, mas era o que mais amou Deus naquele momento em que o anjo rebelde se recusou a adorar a Jesus Cristo que iria encarnar no seio de Maria. De facto, foi quando Deus disse que iria encarnar num ser humano, que o anjo mau se indignou e se recusou a adorá-Lo. Miguel lançou-se nesse momento e num brado de amor a Deus derrotou-o e lançou-o fora, assim como aos seus seguidores.

Deixo-vos também a oração a S. Miguel Arcanjo que o Papa Leão XIII escreveu após uma visão que teve de anjos maus a sobrevoar sobre a cidade de Roma. Ele recomendava aos bispos e sacerdotes que rezassem esta oração frequentemente nas suas dioceses e paróquias.

São Miguel Arcanjo, defendei-nos no combate, 
sede nosso refúgio contra a maldade e as ciladas do demónio!
Ordene-lhe Deus, instantemente o suplicamos,
e vós, príncipe da milícia celeste, pela virtude divina,
precipitai ao inferno a satanás e a todos os espíritos malignos
que andam pelo mundo para perder as almas. 

Amém.

São Miguel, rogai por nós.

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