Via Sacra – Personagens da Paixão (cont. 4)

Continuamos a caminhada ao longo das próximas semanas, lado a lado com os homens e mulheres que fizeram parte dos momentos da Paixão de Nosso Senhor Jesus Cristo.

Segue o link para acederes às semanas anteriores:
Semana I: Via Sacra – Personagens da Paixão
Semana II: Via Sacra – Personagens da Paixão (cont.2)
Semana III: Via Sacra – Personagens da Paixão (cont.3)

SEMANA I
PRIMEIRA ESTAÇÃO –
Pedro, Tiago e João 
SEGUNDA ESTAÇÃO –
Judas 
TERCEIRA ESTAÇÃO –
Caifás

SEMANA II
QUARTA ESTAÇÃO –
Pedro
QUINTA ESTAÇÃO –
Pilatos
SEXTA ESTAÇÃO –
Os soldados

SEMANA III
SÉTIMA ESTAÇÃO –
Fariseus  
OITAVA ESTAÇÃO –
Simão de Cirene  
NONA ESTAÇÃO – 
Mulheres de Jerusalém

SEMANA IV
DÉCIMA ESTAÇÃO
O povo
DÉCIMA PRIMEIRA ESTAÇÃO
O bom ladrão
DÉCIMA SEGUNDA ESTAÇÃO
Maria, mãe de Jesus   

SEMANA V
DÉCIMA TERCEIRA ESTAÇÃO
Oficial romano 
DÉCIMA QUARTA ESTAÇÃO
José de Arimateia   
DÉCIMA QUINTA ESTAÇÃO  Maria Madalena

SEMANA VI
MEDITANDO A PÁSCOA DO SENHOR JESUS
Jesus Cristo


SEMANA IV

Iniciamos a nossa caminhada unidas em fé, começando por invocar a Santíssima Trindade. 

Em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo. Amém

Oração inicial:

Ó amado Jesus, pelas Sagradas Escrituras, preparamo-nos neste instante para Te acompanhar no caminho do Calvário, através dos homens e mulheres que fizeram parte da história da Tua Paixão. 

Olhamos a nossa cruz e segurando-a de braços estendidos para Ti, entregamos o nosso desejo de participar com coração aberto na meditação de cada Estação, através dos seus olhares, palavras e atos.

DÉCIMA ESTAÇÃO

Jesus é crucificado
Evangelho segundo São Lucas 23: 33-47

Personagem: O povo

O povo permanecia ali, a observar; e os chefes zombavam, dizendo: “Salvou os outros; salve-se a si mesmo, se é o Messias de Deus, o Eleito.”

(Lucas 23: 35)

“Gólgota”
1884, Mihaly Munkacsy, Domínio Público, via Wikimedia Commons

O povo judeu acreditava num único Deus, vivo e verdadeiro. Os demais povos da região eram todos politeístas. Estavam subjugados pela força do império romano que se caracterizava por sua dureza, crueldade, violência e pela instabilidade política e religiosa. 
Os romanos não inventaram a crucificação, mas aperfeiçoaram a técnica e usavam-na com frequência. O historiador Flávio Josefo menciona que os Romanos crucificaram quase dez mil pessoas em Jerusalém. No tempo de Jesus, a brutalidade fazia parte da vida quotidiana.

V. Nós Vos adoramos e Vos bendizemos, Senhor Jesus.
R. Porque pela Vossa santa cruz remistes o mundo.

O povo como espectador, olhava com curiosidade o que ali se passava e acompanhava o que se passaria a seguir. Uns com dor no peito pela injustiça do sofrimento de um inocente, outros com a curiosidade de ver os “próximos capítulos” e outros que incendiavam mais ainda a fúria dos guardas. Hoje nos nossos dias somos muitas vezes também espectadores dos assuntos polémicos, vídeos e imagens que passam nas redes sociais, discussões, atos de violência e desentendimentos que assistimos na rua, nos locais por onde passamos e por vezes até nas nossas famílias. Qual a nossa postura? Assistimos com o coração dilacerado? Damos força aos injustos apoiando-os? Lançamo-nos no meio e incendiamos ainda mais o conflito? Oramos para que tudo acalme? Intervimos tentando terminar com tudo e acalmando os corações? O que fazemos nós? O que será que o Senhor no íntimo do nosso coração nos dirá para fazermos? Ouçamos nestes momento a voz de Deus dentro do nosso coração, peçamos ao Senhor que Ele nos ajude na atitude correta a tomar pois, ouvindo o Senhor, teremos a certeza do caminho certo a seguir.

✞ Estás connosco, Amor infinito, acompanhas-nos em todos os nossos passos.
Pai Nosso, Avé Maria, Glória

DÉCIMA PRIMEIRA ESTAÇÃO

Jesus promete o seu Reino ao bom ladrão
Evangelho segundo São Lucas 23: 33-34 e 39-43

Personagem: O bom ladrão

Quanto a nós, fez-se justiça, pois recebemos o castigo que as nossas acções mereciam; mas Ele nada praticou de condenável.”

(Lucas 23: 41)

“Cristo e o bom ladrão”
1566, Titian, Domínio Público

O bom ladrão foi um dos dois malfeitores que foram crucificados ao lado de Jesus. Segundo os Evangelhos, ele pediu perdão pelos seus pecados, reconheceu que Jesus era Rei e que não merecia morrer. Na literatura apócrifa, no Evangelho de Nicodemos, este é chamado de Dimas.
Atualmente, São Dimas é comemorado pela Igreja e venerado como o “padroeiro dos pecadores arrependidos da hora derradeira, dos agonizantes, da boa morte”.

V. Nós Vos adoramos e Vos bendizemos, Senhor Jesus.
R. Porque pela Vossa santa cruz remistes o mundo.

A nossa vida nem sempre levou o rumo certo. Nem sempre tivemos a chama da fé acesa dentro de nós, nem sempre fomos bons nas nossas atitudes, palavras e pensamentos. Mas nunca é tarde para abrir os olhos e o coração. Nunca é tarde, por mais miserável e vergonhosa que tenha sido a nossa vida. Deus está sempre disposto a ouvir a nossa voz quando, com total arrependimento, clamamos pela Sua ajuda, pelo Seu olhar de misericórdia e pelo Seu perdão.
Perdoa Senhor a nossa vida de pecado, perdoa Senhor pois somos fracos. Leva-nos Contigo para o Teu paraíso.

✞ Estás connosco, Amor infinito, acompanhas-nos em todos os nossos passos.
Pai Nosso, Avé Maria, Glória

DÉCIMA SEGUNDA ESTAÇÃO

Jesus na Cruz, a Mãe e o Discípulo
Evangelho segundo São João 19, 25-27

Personagem: Maria, mãe de Jesus

Então, Jesus, ao ver ali ao pé a sua mãe e o discípulo que Ele amava, disse à mãe: “Mulher, eis o teu filho!”

(João 19: 26)

“Jesus morre na cruz”Imagem gentilmente cedida por ACI Digital
https://www.acidigital.com/

Os Evangelhos falam relativamente pouco da Mãe de Jesus. Os textos mais extensos referem-se, principalmente, à conceção, nascimento e infância de Jesus. No entanto, muito é dito e interpretado desses textos. Há uma diversidade significativa nas crenças e práticas devocionais Marianas (referentes a Maria) entre as grandes tradições cristãs. 
Os católicos referem-se a Maria como Nossa Senhora e veneram-na como Rainha do Céu e Mãe da Igreja.
São João descreve a presença de Maria junto da Cruz, acompanhando o sofrimento do Filho, firme, de pé. Por amor a Deus e por amor aos homens, Maria aceitou a Paixão e a Morte de seu Filho pela nossa salvação. Uniu-se assim ao seu sacrifício redentor e assumiu-o como próprio. Por isso, é chamada Corredentora.

V. Nós Vos adoramos e Vos bendizemos, Senhor Jesus.
R. Porque pela Vossa santa cruz remistes o mundo.

Maria entregou-se à vontade de Deus Pai, pois sabia que os planos de Deus eram a salvação da humanidade. Maria nunca duvidou e, por mais que doesse, por mais que a sua alma estivesse dilacerada por assistir ao sofrimento do seu Filho, acompanhou-o no caminho espinhoso do calvário, firme. Na Cruz, Jesus entregou-nos aos cuidados da mãe e entregou a mãe a cada um dos seus filhos que somos todos nós. Confiemos a Nossa Senhora a nossa vida e que ela nos leve pela mão ao seu Filho, Nosso Senhor Jesus Cristo pois, com a mão da nossa mãe, andaremos seguros, porque seremos guiados pelo caminho certo que é Jesus.

✞ Estás connosco, Amor infinito, acompanhas-nos em todos os nossos passos.
Pai Nosso, Avé Maria, Glória

Oração final:

Meu Jesus, digno de todo o louvor e toda a Glória, Rei e Senhor das nossas vidas, graças Te damos por nos acompanhares a cada dia. Pedimos-Te Senhor que nos ajudes a renunciar às emboscadas do inimigo da nossa alma, livrando-nos de pecar, dando-nos coragem e fortalecendo a nossa fé.

Amém.

1 comentário

Deixar um comentário