mulher de máscara de pano com os olhos lacrimejantes

Pandemia e solidão

Imagem de uma mulher com máscara e de olhos lacrimejantes

De repente, em Março de 2020 fomos todos obrigados a travar a fundo o ritmo da nossa vida, a fecharmo-nos em casa em prol da nossa saúde e dos que amamos.

Pensávamos que um esforço colectivo levaria a bom porto e que, rapidamente, a pandemia “desaparecesse do mapa”. Infelizmente, prolongou-se muito mais tempo do que podíamos imaginar. Todavia, dois meses depois, a vida tinha de retomar a sua normalidade e tínhamos de aprender a viver com o vírus… mas há coisas que não voltaram à sua normalidade.

Estamos em Janeiro de 2021. Voltámos ao confinamento. Para nos protegermos temos de nos afastar e evitar o contacto com os nossos amigos e família. Os lares proibiram as visitas dos familiares. E, assim, sem darmos conta, veio a solidão. 

Passaram-se datas importantes: aniversários, natal, ano novo e, claro, tivemos de nos manter afastados das pessoas de quem sentimos tanta falta.

Sentimos falta dos abraços dos pais, dos avós, dos filhos ou dos amigos. 
Sentimos falta dos sorrisos, dos jantares com os amigos ou família. 
Sentimos falta de correr para os braços dos nossos portos de abrigo… do toque. 

Quantos de nós nos sentimos em dúvida: vou ter com eles porque tenho saudades (e, sem saber, posso transmitir o vírus) ou resguardando-me, resguardo-os.

A ideia e a dúvida dão lugar ao desânimo – “Lá teremos de nos aguentar mais uns tempos…”

Esta distância de segurança instalou a palavra saudade com muita força e abriu feridas enormes nos nossos corações. Deu lugar a lágrimas e os sorrisos desapareceram. 

Nos nossos familiares com mais idade esta saudade e solidão atingiu proporções preocupantes e tristes. O pior é que, por mais que queiramos, os abraços e as visitas são extremamente desaconselhados. 

Resta-nos ser positivos, olhar o bem maior, arranjar formas alternativas e criativas de minimizar as saudades e, naturalmente, rezar. Rezar pelo fim da pandemia e rezar para que Deus proteja os nossos. 

Não se esqueçam, temos de continuar a olhar para o outro, aquele que está ao nosso lado e tentar perceber se precisa da nossa ajuda. Na medida do possível e da nossa criatividade, não deixemos de estender a mão a quem esteja triste, sozinho ou deprimido. Um pequeno gesto pode mudar a vida de alguém. 

Que saibamos mudar a vida de alguém e amemos o nosso próximo. A vida continua, não está suspensa, nem o amor está suspenso. Aproveitemos todos os momentos que pudermos. 

Aconselhamos a que descarregue o eBook “Sozinho em casa”, disponível em https://paroquia.pt/ebooks/. Tem óptimos conselhos para ajudar a combater a solidão de mais um confinamento, mantendo a mente sã.

Que Deus vos proteja e ampare neste período tão difícil para todos. 

Por decisão pessoal, o autor do texto não escreve segundo o novo Acordo Ortográfico.

3 comentários

  1. Parabéns Cristina, amei o texto. Vivemos tempos de muita dúvida, angústia e solidão. Depende de todos nós ter a atitude mais correcta para afastar e eliminar esta pandemia.
    Com a nossa consciência e a graça de Deus, vamos conseguir.
    Beijinho grande🥰

    • Querida Emília, muito obrigada pelo seu comentário. Nesta fase, todos andamos mais frágeis, mas temos uma força maior a que nos podemos agarrar para nos mantermos equilibrados e fortes. Um grande beijinho

  2. CRISTINA: Gostei muito de ler o que escreveu acerca da Pandemia e Solidão. Retrata a situação com tanto realismo! E, ao mesmo tempo com um olhar muito positivo, sem esquecer que há muita gente necessitada à nossa volta suplicando “silenciosamente” que lhe estendamos a mão. Que belo testemunho de Fé e Solidariedade! Os meus PARABÉNS.

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