Grata à vida que corre pelas minhas veias, que me traz energia para lutar por um mundo melhor, que me permite sorrir e sonhar. Não basta acordar, todas as manhãs, para estarmos vivos, estar vivo implica ter consciência dessa graça e aproveitar cada segundo.
No final deste verão sejamos capazes de estar verdadeiramente cientes do que é viver, porque muitos morreram fisicamente, nestes últimos meses, mas muitos outros só morreram por dentro, enquanto o corpo envelhece já o resto desvaneceu no meio da tristeza, da depressão, da ansiedade, do desespero, da solidão…
Neste recomeço pós-férias sejamos capazes de escolher o que é essencial à nossa vida e à dos outros.
Amar o próximo é partilhar a nossa vida, abdicando do que só nos consome e em nada transforma, como um emprego em que se trabalha 12 horas por dia, mas em que é suposto trabalhar 8 horas. Sim, precisamos trabalhar, mas também precisamos de viver e viver é ter esperança, é ajudar o próximo que nos estende a mão, é ouvirmos os que sofrem, arregaçarmos as mangas e ajudar até que as mãos nos doam. Sim, viver implica sacrifício, não muito diferente do que muitos de nós fazemos no ginásio e no dia-a-dia para mantermos o peso ideal ou para aguentarmos estar acordados para ver as nossas séries favoritas. Mas nenhum desses sacrifícios nos traz a alegria que sentimos quando ajudamos o outro, quando nos entregamos ao serviço pelo outro, quando eu e o outro somos a mesma pessoa, um mundo transformado e em crescimento, como um botão de rosa a florescer.
Neste final deste verão viva e faça viver. Viver com amor no coração, o amor de Deus, que nos trata a todos como iguais, seja diretor de um banco, padre ou sem abrigo. Sejamos todos verdadeiros irmãos.