Sara é uma das primeiras mulheres bíblicas. É-nos apresentada como uma mulher muito bonita e, por essa razão, foi muito cobiçada por reis e faraós, conforme consta no livro do Génesis 12: 10-20.
Como bem conhecemos, Sara era a esposa estéril de Abraão que, apesar da idade avançada, concebeu Isaac (Génesis 17: 15) conforme as promessas de Deus, sendo por isso uma das raízes da árvore genealógica do povo de Israel. No entanto, esta mulher é marcada pela amargura porque a sua esterilidade a impossibilitava de cumprir a função principal das mulheres de então: procriar. Para contornar este problema, e conforme a lei da época, incentivou a que Abraão tivesse um filho com a escrava Agar. Este pedido vem descrito em Génesis 16, 1-3:
“Sarai, mulher de Abrão, que não lhe dera filhos, tinha uma escrava egípcia, chamada Agar. Sarai disse a Abrão: “Visto que o Senhor me tornou uma estéril, peço-te que vás ter com a minha escrava. Talvez, por ela, eu consiga ter filhos” – assim, Agar concebeu Ismael.
Neste episódio, que poderia suceder nos dias de hoje, não podemos deixar de assinalar que ambos os filhos de Abraão foram grandes homens. Assim, tal como Sara, de quem nasceu Isaac, também de Agar nasceu Ismael sobre quem Deus também falou a Abraão:
“Abençoá-lo-ei, torná-lo-ei fecundo e multiplicarei extremamente a sua descendência. Será pai de doze príncipes, e farei sair dele um grande povo” (Génesis 17, 20).
Como Deus faz o impossível, estas duas mulheres, mesmo sem saber, participaram ativamente no plano divino: uma estéril e uma escrava deram origem a grandes povos, grandes nações que viriam marcar a história do povo do Senhor.