“Olá, o meu nome é Inês Lizaola, tenho 10 anos, gosto muito de brincar com o meu irmão, ver televisão, também gosto de fazer desenhos e escrever histórias.”
A Inês é uma menina de olhos grandes e vivos, um sorriso no rosto e uma covinha marota na bochecha, conversámos um pouco acerca do seu quotidiano e de um acontecimento muito especial – a sua Primeira Comunhão.
“Quando for grande quero ser realizadora de filmes de animação e ganhar um Óscar!” – responde, emocionada, quando perguntámos o que gostaria de ser quando crescer.
“Também gosto muito de ir à escola e aprender coisas novas. As minhas disciplinas favoritas são português, inglês e ciências, porque em ciências aprendo muito sobre a natureza, os animais e as coisas que existem no universo.”
A Inês frequenta o 5º ano de escolaridade e é uma boa aluna; os livros e os desenhos animados têm sido bons companheiros na sua vida. Desde pequena mostrou interesse em desenhar e colorir e teve facilidade em aprender a ler e escrever, o que lhe permitiu dar asas à sua imaginação, escrever e ilustrar histórias e criar personagens. Com estas atividades preenche as suas horas livres.
Desde sempre que esta menina conta com a presença de Jesus na sua vida: assiste semanalmente à missa junto com os pais e o seu irmão. Em família fazem a oração da manhã, das refeições e da noite e, juntos, rezam o rosário. Começou a frequentar a catequese com 7 anos – “Gosto de ir à catequese e aprender coisas sobre a vida de Jesus, de como Ele nasceu, das coisas boas que Ele fez na sua vida… mas do que eu não gosto nada é de ouvir falar da sua morte, porque a morte dá-me um sentimento mau” – aponta com tom algo zangado e fazendo uma careta de desapontamento, ao mesmo tempo que relata um pouco como tudo aconteceu durante a paixão de Jesus, bem ao estilo da própria Inês, dramatizando tudo, gesticulando e fazendo o relato parecer um filme de Hollywood.
Ainda bem pequena a Inês mostrava um interesse muito especial num momento específico da missa: a Comunhão. Ao colo do pai ou da mãe, neste momento, abria a sua pequena boquinha à espera da Eucaristia e como não a recebia chorava muito. Certo dia, no final da missa, a senhora que cuidava da capela levou-a a experimentar uma hóstia não consagrada e esta menina. Os pais explicaram que só poderia voltar a experimentar a hóstia aquando da sua Primeira Comunhão, depois de perceber por que razão este é um “Pão Especial”. A partir desse dia aguardou com grande ansiedade por esse momento especial.
“Antes de Jesus morrer esteve com os seus discípulos e Disse-lhes: – Tomai e comei este é Meu corpo, tomai e bebei este é o Meu sangue. E nós lembramos esse momento durante a Eucaristia”.
Com emoção na voz e no rosto, Inês descreve a sensação de degustar a hóstia: – “É um pão um pouco amargo por ser um pão ázimo, porque não tem fermento. E na Consagração, durante a missa, transforma-se no Pão Especial porque Jesus entra no nosso coração e nos ajuda a ser melhores pessoas!”
Inês preparou-se muito bem para esse dia tão especial: com a sua catequista, os companheiros de catequese e com os pais.
Leu sobre os Sacramentos, os Mandamentos, a Confissão, a Eucaristia . . . enfim sobre tudo aquilo que a ajudasse a compreender porque aquele Pão ázimo, de gosto azedo, era tão especial.
A ansiedade começava a crescer quanto mais se aproximava o dia e, como qualquer criança, o momento da sua primeira Confissão aumentou a ansiedade. “Eu não me porto bem e o Sr. Padre não me vai deixar fazer a Primeira Comunhão…”, dizia. Que grande alívio, na véspera, quando finalmente fez a confissão e percebeu que o importante era preparar o seu coração para receber Jesus, deixá-lo livre de pecados, para que Ele possa entrar. Estava muito feliz.
“Foi um dia especial, estavam lá os meus pais, meu irmão, os meus avós tios e primos. A minha mãe deu-me uma pulseira que a minha madrinha me trouxe do Vaticano para que me lembrasse que os meus tios e Abuelitos(*) no México também me estavam a acompanhar, pois eles não podiam estar presentes. Nesse dia também li a segunda leitura e, por fim, a Hóstia!”
A espera de mais de um ano de adiamento devido à pandemia tinha chegado ao fim. Com um lindo vestido e seu cabelo bem arranjado e enfeitado com uma tiara, a Inês parecia uma princesa das suas histórias. Nesse domingo, a sua família e convidados assistiram juntos à missa para testemunhar e acompanhar a Inês nesse momento tão especial.
“Foi importante fazer a Primeira Comunhão, foi emocionante!… é difícil de explicar, mas a Comunhão ajuda-me a tentar ser uma melhor pessoa. Estou a tentar ser uma melhor filha, irmã e colega com os meus companheiros na escola. E sei que com Jesus no meu coração vou conseguir!”
Agora a missa dos domingos é um acontecimento ainda mais especial para Inês, pois pode, finalmente, partilhar o momento da Comunhão junto com a sua família e receber o tão desejado “Pão Especial” que faz o seu coração transbordar de felicidade.
(*)Abuelitos – termo em Espanhol que significa “Avózinhos”
