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Santa Bernadette Soubirous

Fotografia de Marta Falcão

Bernadette Soubirous nasceu no dia 7 de janeiro de 1844, em Lourdes.

Nos primeiros anos, viveu humildemente com os seus pais e nove irmãos, num moinho em Boly, perto de Lourdes. Ainda criança, mudou-se com a família para a localidade onde iria, poucos anos depois, receber várias mensagens da Virgem, Mãe de Jesus.

A pobre família ocupou o primeiro andar de uma antiga prisão, que se encontrava abandonada. Viviam com graves dificuldades económicas e as condições da habitação eram terríveis. O local era escuro, sombrio, muito frio e húmido e sem condições, o que condicionou a saúde da menina. Bernadette era asmática e crescera débil, de saúde muito frágil, tendo, inclusivamente, contraído cólera em tenra idade.

Apesar de ser uma criança humilde e analfabeta, Deus escolheu-a para receber a visita da Mãe do Céu.

Assim, entre os dias 11 de fevereiro e 16 de julho de 1858 a “Senhora envolta de luz” apareceu-lhe na gruta Massabielle, junto às margens do rio Gave, pedindo oração e penitência pelos pecadores. Bernadette tinha somente catorze anos.

Devido à sua humildade e condições precárias de vida, muito sofreu até que acreditassem nela. Foi pressionada psicologicamente e sofreu maus tratos físicos, inclusivamente de seus pais, que lhe infligiram pesados castigos corporais por afirmar ver a Virgem.

Apesar de tudo, nunca retrocedeu, até que, em 25 de março, Nossa Senhora apresentou-se como a “Imaculada Conceição” e muitos acreditaram, entre eles o Pároco local, até então cético destas aparições. Afinal, seria quase impossível a analfabeta camponesa conhecer o dogma da Imaculada Conceição, declarado por Pio IX, no dia 8 de dezembro de 1854.

Na gruta surgiu uma nascente, escavada com as próprias mãos de Bernadette, por indicação de Nossa Senhora. Ainda que o pedido parecesse humilhante, a menina cumpriu a indicação da Mãe, sem hesitação: escavou um buraco com as próprias mãos, sujou-se na lama e comeu a erva envolvente, mesmo em frente a uma multidão que a censurava e a via como louca. Cumprindo-se a vontade da “Senhora”, uma nascente surgiu e, com ela, uma fonte de graças: muitas curas milagrosas se deveram (e devem) ao uso daquela água.

A vida de Bernadette Soubirous foi marcada por humilhações e dificuldades, mas tudo aceitou com paciência e benignidade, pois tinha confiança nas palavras de Nossa Senhora: “Não prometo fazer-te feliz neste mundo, mas no outro”.

Assim, para se recolher e proteger do assédio do povo, ingressou no Hospital das Irmãs da Caridade de Nevers, em Lourdes, como indigente, tendo somente nessa altura, aprendido a ler e a escrever. Continuou a vida religiosa e, em 1866, entrou para o Convento de Saint-Gildard, onde permaneceu os últimos anos da sua vida a cuidar de pobres e doentes.

De saúde sempre frágil, faleceu no dia 16 de abril de 1879, aos trinta e cinco anos, após prolongado sofrimento.

No dia 8 de dezembro de 1933, data coincidente com a festividade da Imaculada Conceição, Santa Bernadette Soubirous foi canonizada pelo Papa Pio XI, após confirmação das suas virtudes e curas milagrosas por sua intercessão.

O corpo da venerável “menina” está incorrupto e encontra-se exposto, desde 1925, na Igreja de Saint Gildard (em Nevers).

Como não há coincidências, e tudo o que acontece é por vontade do Senhor, faz hoje precisamente um ano, que me encontrava em peregrinação a Lourdes, na gruta de Massabielle, junto à Mãe que se revelou à humilde Bernadette, há 163 anos, entregando-lhe um pedido de penitência, oração e conversão.

Que Bernadette seja o modelo de simplicidade, entrega, obediência e aceitação de todos os sofrimentos em vida, para que cheguemos purificados ao final da nossa jornada e possamos ser conduzidos ao céu pelas mãos da Imaculada Conceição.

Para conheceres um pouco mais a história inspiradora desta Santa, aconselho-te a ver o filme Milagre de Lourdes, de Jean Sagols.

Celebração: 11 de fevereiro – Dia de Nossa Senhora de Lourdes

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